Estudos iniciais em cardiologia demonstraram que as doenças do coração estavam significativamente associadas ao sexo masculino. Hoje, os mesmos estudos propõem uma mudança radical de paradigma ao afirmar que a mulher é mais suscetível ás doenças do coração do que o homem.
Tal fato iniciou a partir de década de 60, de forma lenta e gradual, associado à emancipação feminina, quando as mulheres passaram a se expor aos mesmos fatores de risco que o coração masculino – estresse, tabagismo, dietas desequilibradas, entre outros.
Em termos fisiológicos, as diferenças entre o coração da mulher e do homem são grandes. O coração feminino bate mais rápido e as artérias coronárias são mais estreitas. Quando a mulher sofre um infarto, em geral, a lesão iniciou há mais ou menos 20 anos antes.
Nos homens, as placas demoram, em média, cinqüenta anos para interromper o aporte de sangue para o coração. Com todos esses fatores, a probabilidade de uma mulher morrer em conseqüência de um infarto é 50% maior do que a de um homem com a mesma idade, hábitos e fatores de risco semelhantes.
Assim, faz-se necessária uma mudança drástica no modo como os médicos e pacientes encaram a saúde cardíaca feminina. Principalmente no que se refere ao combate aos fatores de risco. Diabetes, tabagismo, hipertensão, obesidade e depressão são mais nocivos ao organismo feminino.
Além disso, o uso de anticoncepcional associado ao hábito de fumar representa um fator de risco importante para a saúde cardiovascular, devido a maior probabilidade de entupimento arterial.
Diante desses novos conhecimentos a respeito do funcionamento do músculo cardíaco feminino, conclui-se que, além do combate aos fatores de risco comuns a ambos os sexos, o coração da mulher precisa de uma atenção especial.
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia
Colaboração: Gustavo Dutra
Estagiário da Beneficência Portuguesa de São Paulo